Governo injeta R$ 1,4 bilhão em ferrovia no Nordeste com promessa de transformar logística nacional
Nova fase da Transnordestina reacende debate sobre integração do agronegócio e infraestrutura de exportação
						O governo federal anunciou nesta sexta-feira (18) um reforço de R$ 1,4 bilhão nas obras da Ferrovia Transnordestina, empreendimento que pode reconfigurar o mapa logístico do país e impulsionar o escoamento de commodities agrícolas. A iniciativa mira a conclusão de um traçado ferroviário de 1.209 quilômetros, ligando o interior do Piauí ao Porto do Pecém, no litoral do Ceará.
A promessa veio do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita a um dos trechos já prontos da obra, em Missão Velha (CE).
“Essa ferrovia ficou parada por tempo demais. Agora, ela vai sair. E vai sair até o fim do meu mandato”, disse Lula, mirando 2026.
Agronegócio e mineração entre os beneficiados
Entre os principais produtos previstos para transporte estão soja, milho, calcário e farelo de soja — itens diretamente ligados à produção do Centro-Oeste e de regiões como o Triângulo Mineiro. Com a nova rota ferroviária, o custo do frete para exportação pode cair significativamente, especialmente para empresas que hoje dependem de portos mais distantes.
A estimativa do governo é de que a ferrovia gere um impacto de até R$ 7 bilhões por ano no PIB do Semiárido, além de fortalecer cadeias produtivas ligadas à mineração, fertilizantes e insumos agrícolas.
Obra de R$ 15 bilhões avança com 280 km em execução
O orçamento total do projeto chega a R$ 15 bilhões, dos quais R$ 8,2 bilhões já foram executados. A nova fase contará com recursos do FDNE (R$ 600 milhões) e de um leilão de ativos do Finor (R$ 816 milhões). Atualmente, 280 quilômetros estão em execução, empregando mais de 4 mil trabalhadores.
A expectativa é que o primeiro trecho entre em operação no final deste ano, em regime de comissionamento, com trens transportando cargas entre o Piauí e o centro-sul cearense, além de pontos em Pernambuco.
Obra travada por 15 anos volta ao centro da política econômica
A Transnordestina foi lançada em 2006, ainda no segundo mandato de Lula, mas ficou marcada por atrasos, entraves ambientais, disputas judiciais e abandono. O retorno à pauta econômica acontece num momento em que o governo busca mostrar serviço em grandes obras e fortalecer sua imagem na região Nordeste.
“Essa ferrovia ficou abandonada. Agora é prioridade. O Brasil precisa de trens, de trilhos, de transporte de carga eficiente”, declarou Lula.
Tags: Transnordestina, infraestrutura ferroviária, agronegócio, Lula, FDNE, Finor, logística Brasil, Missão Velha, Triângulo Mineiro, Minas Gerais Info
				


